O
Brasil, democrático e justo, espera por você
Por
Hiran de Melo
No dia 15 de novembro, o vento vira uma
página profunda da nossa história, lembrando que a República nasceu de um sopro
de coragem — daqueles que exigem ousadia para existir. Deodoro e tantos outros
maçons acenderam, no coração de um país que ainda tateava sua aurora, os
primeiros lampiões da igualdade. Em seus gestos havia mais que política: havia
o desejo visceral de ver o Brasil erguer a cabeça, romper correntes antigas e
assumir sua própria voz.
Décadas depois, Cazuza transformou essa
mesma vontade em música, clamando: “Brasil, mostra tua cara”. Em versos
que misturam ironia, denúncia e afeto, ele desnudou desigualdades persistentes,
apontou para a manipulação que tenta manter o povo calado e questionou quem
realmente paga o preço das injustiças. Seu grito artístico se tornou espelho e
convite — porque, mesmo indignado, ele não abandonou o país: “Em nenhum
instante eu vou te trair.”
Hoje, ao celebrarmos o 15 de novembro,
não revisitamos apenas um marco político; revisitamos um chamado. Um chamado
que ecoa tanto nos atos dos maçons que lutaram pela República, concretizado no
estado democrático de direito, quanto na poesia rebelde de Cazuza: o chamado
para iluminar caminhos, transformar realidades e não aceitar que o Brasil seja
moldado pelo silêncio dos que jogam para garantir privilégios, ou pelo medo de
perder o pouco conquistado na luta diária.
Este é um convite para cada brasileiro.
Um convite para que seu exemplo de vida seja luz — uma luz que respeita o
sofrimento do outro, que acolhe a fé e a diversidade, que rejeita qualquer
forma de exclusão ou arrogância moral. Uma luz que acredita, profundamente, na
voz humana e fraterna de um povo que não desiste de sonhar.
Que cada gesto seja uma pequena transformação.
Que cada palavra dita com honestidade
seja um farol.
Que cada escolha cotidiana ajude o país
a mostrar, enfim, sua melhor face — a face da justiça, da empatia, da liberdade
e da esperança.
Porque a história só continua viva
quando alguém, com coragem mansa e firme, decide iluminar o caminho. E o Brasil
necessita dessa luz — a sua, a nossa, a de todos nós.
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