Em busca da
palavra perdida – II
O Tesouro e o
Templo
Resumo
Este texto explora a complexidade da experiência
humana através da metáfora da busca por um tesouro em um templo. O narrador, ao
se aproximar da Cidade da Paz, embarca em uma profunda jornada de
autodescoberta, confrontando as dualidades da natureza humana e a importância
da aceitação de si mesmo. A narrativa explora temas como amor próprio,
compaixão, perdão e a construção de relacionamentos autênticos. Através da
metáfora do templo, o texto sugere que a verdadeira paz interior e a conexão
com o outro são encontradas através da aceitação da própria humanidade, tanto
em suas luzes quanto em suas sombras.
Palavras-chave: autoconhecimento, amor próprio,
aceitação, dualidade humana, conexão, paz interior, jornada espiritual,
metáfora, templo.
O vento
Um vento impetuoso me arrastou das
terras do Faraó, depositando-me aos pés das muralhas da Cidade da Paz. A
jornada, no entanto, estava longe de terminar. Havia um chamado a ser atendido,
um passo a ser dado em direção ao outro.
Um outro que, muitas vezes, se vê
fragmentado, dividido entre a luz e a sombra, a bondade e a maldade. Aceitar
essa dualidade, essa complexidade inerente à natureza humana, é um desafio que
nos confronta diariamente. As lamentações que ecoavam das muralhas da cidade me
fizeram refletir sobre essa questão: como
podemos nos conectar verdadeiramente com o outro se não conseguimos nos aceitar
integralmente?"
Acolher a
totalidade do outro
Diziam que, muitas vezes, para
conhecermos verdadeiramente o outro, é preciso antes auxiliá-lo em sua jornada
de autodescoberta. Somente quando o outro se conhece por inteiro, aceita-se e
confia em si mesmo, é possível estabelecer uma conexão genuína.
Como Tu se revelastes a mim? Com que
vestes me acolheu? Lembro-me de um cântico: 'Sou como tendas de Cedar, como
os pavilhões de Salma'. Mas, afinal, quais vestes me mostraste? As de
Cedar, marcadas pelo tempo e pela tempestade, ou as de Salma, resplandecentes e
coloridas? Ou, talvez, uma intrincada mistura de ambas?"
Nos desertos da alma, ouvi um cântico
celestial que me recordou o ensinamento de Cristo: o amor verdadeiro acolhe a
totalidade do outro e de si mesmo.
Ao me aproximar da Cidade da Paz,
compreendi que essa jornada interior era fundamental para amar o diferente, o
estranho, o próximo. Aprender a amar a mim mesmo era o primeiro passo para amar
o mundo.
Eu já havia aprendido que amar a si
mesmo vai além de acolher apenas os aspectos positivos. É preciso, também,
abraçar as sombras, as limitações e as fraquezas. Ao olharmos de frente para o
nosso "deserto interior", compreendemos que somos seres complexos,
compostos de forças e fraquezas, de luz e sombra. Somente aceitando essa
dualidade podemos alcançar a verdadeira paz interior.
O cântico celestial me recordava que o
caminho para amar a si mesmo e ao outro é o mesmo. Amar, mesmo diante da
aparente hostilidade, é acolher a humanidade que habita em cada um de nós,
incluindo nossas próprias sombras. Perdoar
não é apenas um ato de bondade, mas uma
jornada de autoconhecimento e aceitação.
Ao te conhecer profundamente, construí
uma confiança sólida e duradoura. Essa conexão nos permitiu cultivar um desejo
genuíno de união, permitindo-nos construir uma família baseada na fraternidade
e na lealdade. Juntos, plantamos as sementes de um futuro promissor.
O tesouro estava próximo das nossas
mãos. Mas, ainda era necessário adentrar ao Templo.
Poeta Hiran de Melo - Mestre Instalado, Cavaleiro Rosa Cruz e Noaquita -
oráculo de Melquisedec, ao Vale do Mirante, 07 de novembro de 2012 da Revelação
do Cristo.
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