Em busca da palavra perdida – I
Armadilhas e
Labirintos
Resumo
Este texto narra a jornada de um indivíduo em busca
de um conhecimento profundo e transformador. A busca, repleta de desafios e
enigmas, é comparada a uma travessia por um labirinto repleto de armadilhas. A
narrativa explora a dualidade da existência, representada pelas luzes e
sombras, e a importância da aceitação de todas as experiências como parte de um
todo. Através de uma profunda introspecção e da compreensão da sua interconexão
com o universo, o protagonista alcança um estado de paz interior e se conecta
com um sentido mais amplo de existência.
Palavras-chave: autodescoberta, jornada interior,
conhecimento, espiritualidade, dualidade, aceitação, interconexão, universo.
A jornada
Os mais velhos profetizavam que a
revelação a ser descoberta superaria em muito qualquer tesouro faraônico. A
jornada, no entanto, seria um labirinto tortuoso, repleto de armadilhas que
desafiariam a mente e a alma dos que buscavam os deuses egípcios. Os mistérios
de Ísis e Osíris pareceriam pálidos diante dos enigmas que seriam desvendados.
Confesso que essa perspectiva, embora
me fascinasse, também me aterrorizava. A angústia paralisante me impedia de dar
o primeiro passo, levando-me a adiar a partida com as mais variadas desculpas. Muitas
vezes, nem tão imaginosas assim, em verdade, como se diz na terra em que nasci,
eram desculpas esfarrapadas.
O tempo
O tempo, implacável Senhor dos Ventos,
impulsionava-me para frente como uma folha seca em um vendaval. A cada passo,
deparei-me com um novo enigma: as luzes azuis, cegavam-me com sua intensidade,
e se entrelaçavam com as sombras, opacas e misteriosas, criando um labirinto de
percepções. Ambas pareciam sussurrar mensagens contraditórias, confundindo meus
sentidos.
Mas havia algo mais além. Todas essas
vozes, aparentemente desconexas, faziam parte de um único coro cósmico. Ao
compreender este simples fato, senti que o universo inteiro se abria diante de
mim, revelando seus mais profundos segredos. De repente, o universo se revelou
como um vasto oceano de conhecimento, e eu, uma simples gota, capaz de conter
sua imensidão. Havia dado o primeiro grande passo. Faltava-me agora aceitar
esta revelação. Caso contrário, o tesouro me escaparia.
A inteireza
Ao abraçar plenamente as luzes e as
sombras, como aspectos intrínsecos de minha própria natureza, estabeleci com
elas uma profunda conexão. As aparentes contradições que antes me atormentavam
agora se revelaram como as duas faces de uma mesma moeda. O rio da vida, que
brotava puro da fonte, ao longo de seu curso, carregava consigo as impurezas do
mundo, mas também a riqueza da experiência. Em vez de resistir às contradições,
aprendi a acolhê-las como tesouro da existência.
Essa aceitação profunda gerou em mim
uma sensação de imensa paz e plenitude. Agora que eu conhecia e aceitava o
conhecimento, compreendi que a verdadeira sabedoria reside na capacidade de
confiar no fluxo da vida. A humildade, então, se tornou minha mais firme
companheira, pois reconheci que faço parte de algo muito maior do que eu.
Na direção do amor
Prostrei-me no chão, entregando-me à
imensidão do cosmos, agradecendo à força que me havia moldado e guiado. Ao
reconhecer meu papel na criação do Universo a partir do caos, compreendi a
profundidade do Amor que me constitui. Agora, conhecendo-me, aceitando-me e
confiando em mim, estava pronto para me conectar com o outro. Liberto dos
apegos, senti-me como uma onda no oceano da existência, interligado a todos os
seres e a todas as coisas.
O conhecimento que havia adquirido era
vasto, mas a verdade é que eu era apenas uma pequena parte de um todo infinito.
Eu era o oceano e, ao mesmo tempo, uma gota d'água. Com o coração aberto,
caminhava em direção a você, pronto para contribuir para a harmonia do cosmos.
Poeta Hiran de Melo - Mestre Instalado, Cavaleiro Rosa Cruz e Noaquita -
oráculo de Melquisedec, ao Vale do Mirante, 07 de novembro de 2012 da revelação
da Luz do Cristo.
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