A Maçonaria em Construção – considerações gerais
Duas observações gerais:
1 Os conceitos guias apresentados no texto para a formação inicial de
maçons são necessários à formação de cidadãos em geral.
2 O modelo criado para representar a formação de maçons é válido e útil
para a formação das organizações em geral, como sindicatos, partidos políticos
e grupos religiosos.
Passemos
a analisar a estrutura do texto.
O
texto é constituído de três partes, cada no máximo com apenas três
laudas. Cada parte apresenta quatro conceitos. Os primeiros três
‘conceitos guias’ de cada parte são: conhecer a si mesmo, conhecer o outro e
conhecer a Deus. Seguem-se os conceitos relativos ao aceitar tal conhecimento:
aceitação do si mesmo revelado pelo conhecimento, aceitação do outro revelado
pelo conhecimento, e aceitar a Deus após conhecê-lo.
As
consequências esperadas, em face desta atitude de aceitação, são: confiança em
si mesmo, confiança no outro e confiança no Altíssimo. E, finalmente: desapego
das imagens, das projeções e dos ídolos; fidelidade ao outro conhecido e
participação no amor de Deus.
Uma
mudança no terceiro sujeito pode de fato levar à aplicação do modelo a outras
entidades. Por exemplo, basta substituir a palavra Deus pela palavra
Organização e fazer pequenas adaptações gramaticais para surgir: Conhecer,
Aceitar, Confiar e Participar da Organização.
Façamos,
por exemplo, a substituição do terceiro sujeito pela palavra Maçonaria. Assim o
grau de mestre passaria a se constituir em conhecer, aceitar, confiar e
participar da Maçonaria.
De
fato, podemos observar que alguns obreiros colados no grau de mestre parecem
ter cometido um grave desvio. Assim, como alguns fiéis têm trocado a adoração a
Deus pela a adoração à Igreja da qual fazem parte, participando da Igreja na
ilusão de participar do corpo místico do Cristo.
Isto
se dá, em parte, pela forte presença da organização na vida concreta do
obreiro. Portanto, se revelando como uma imanência. Como, também, se dá devido
à natureza simbólica da organização. Portanto, se revelando como uma
transcendência. A Maçonaria transcendendo o entendimento do obreiro, embora ele
seja a maçonaria viva. Isto leva a um equívoco semelhante aquele do fiel que se
liga bravamente a Igreja ordenadora da sua profissão de fé na ilusão de estar
com isso se religando a Deus. Este desvio, traz uma consequência terrível. O
esforço do obreiro passa a estar focado no ligar-se à organização, quando
deveria estar focado no ligar-se a Deus. Dando motivos alados à imaginação
daqueles que veem a Maçonaria como uma tentativa frustrada de religião
universal.
Há
também a possibilidade de substituir o terceiro sujeito pela palavra
conhecimento. Assim o grau de mestre passaria a se constituir em conhecer,
aceitar, confiar e participar do Conhecimento. Conhecimento revelador dos
mistérios maçônicos.
Por
mais tola que esta hipótese possa parecer, ela é vivida por muitos mestres
maçons. É fácil observá-la viva nas mensagens de alguns “veneráveis” mestres em
que a falta de tolerância ao contraditório é alarmante.
Também,
podemos observar nos fóruns maçônicos existentes na web, no escrever com letras
maiúsculas – tome letras grandes para quem não vê. Equivalente a gritos no
mundo sonoro – ou na presença do excesso de pontos de exclamação.
É
doloroso, mais é um fato, a existência de nobres senhores repletos de
conhecimentos e carentes de um mínimo de sabedoria. Lembra os fariseus exigindo
de Jesus a demonstração de que fosse possuidor da verdade – “Salva a ti mesmo”.
Não tinham olhos para simplesmente vê que Jesus não possuía a verdade, o que
ele revelava era a absoluta verdade da sua própria presença e fé – “Pai, nas
tuas mãos coloco a minha vida”.
Há o
que acrescentar?
Poeta
Hiran de Melo - Mestre Instalado, Cavaleiro Rosa Cruz e Noaquita - oráculo de
Melquisedec, ao Vale do Mirante, 25 de abril de 2010 da Revelação do Cristo.
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