A REVOLUÇÃO MAÇÔNICA – Parte 3

Irmão Luiz Carlos Silva, G33

4 FORMAÇÃO DE VENERÁVEIS MESTRES:

Os Veneráveis Mestres constituem um corpo especial de dirigentes responsáveis pelas Oficinas maçônicas – são, na expressão mais sagrada do termo, autênticos “guias da Fraternidade” e como tais precisam estar altamente preparados para exercer com competência e dignidade essa sagrada função.

Na qualidade de líder, o venerável deveria dominar, ou pelo ser instruído em alguns aspectos do saber humano. Condutores de homens precisam compreender o comportamento humano (Psicologia), raciocinar corretamente (Lógica), expressar-se bem e com eloquência (Retórica) e como vivem num contexto social é imprescindível compreender os fatos sociais (Sociologia).

O domínio mesmo que relativo desses ramos do saber, constituirá numa ajuda considerável para a devida formação de construtores sociais. Além disso, ele precisará possuir uma compreensão profunda da Tradição Maçônica em seus múltiplos aspectos.

Não podemos nos iludir quanto à elaboração de um curriculum de altíssimo nível para a formação de dirigentes maçônicos (formadores de opinião, construtores sociais, estadistas e condutores anônimos da sociedade).

Reunir mestres maçons para ensinar o obvio sobre a maçonaria, como segurar no malhete, como preencher propostas e outras coisas dessa natureza é uma insensatez.

Não podemos nos esquecer que a maçonaria é inspirada e movida pelo Arquétipo da Sabedoria e que os maiores estadistas, chefes revolucionários e grandes líderes mundiais foram preparados nos Templos da Ordem.

Lembremo-nos que o pragmatismo do mundo moderno não permite mais a perda de tempo com questões simplórias e triviais. Muito pelo contrário, ele exige que mergulhemos no coração do conhecimento.

5 AS ELEIÇÕES MAÇONICAS:

Recentemente, ouvimos um alto dirigente maçônico afirmar que a “eleição era um mal necessário na maçonaria”. Embora respeitemos essa opinião, não concordamos com a mesma. A eleição é o instrumento mais correto para a escolha de dirigentes no regime democrático. O problema fundamental é o desrespeito à democracia e à ética tal como: fraudes, compra de votos, impugnação de candidaturas com probabilidade de vitória, parcialidade de Tribunais etc.

Esses acontecimentos reprováveis sob todos os pontos de vista, vêm ocorrendo somente devido à nossa omissão. Se tivéssemos coragem e dignidade de nos impor às investidas das doações que ocorrem com vigor total nos períodos eleitorais (que constituem, de certo modo, numa tentativa de corrupção), aos ataques pessoais e difamatórios que profanam os Templos; se votássemos em propostas de governo e não por gratidão a pequenos favores deixariam de existir muitos males que vem corroendo as vigas mestras da Fraternidade Maçônica.

Um irmão maçom jamais deveria esquecer o compromisso solene, assumindo no altar de sua consciência, durante a iniciação: “...tereis ainda de combater outros inimigos da humanidade, como sejam os hipócritas, que a enganam, os pérfidos que a defraudam, os ambiciosos que a usurpam e os corruptos e sem princípios que abusam da confiança dos povos. A esses não se combatem sem perigo. Senti-vos com energia, coragem e dedicação para combater o obscurantismo, a perfídia e o erro?

As grandes e as pequenas dissidências ocorridas na Ordem foram consequências da violação da ética e desrespeito aos princípios democráticos.

6 OS GRÃO-MESTRES DA FRANCO-MAÇONARIA:

A Filosofia Política de Platão ensina sobre a importância da preparação dos mais capazes para governar, a fim de impedir que a incompetência e a improbidade se instalem nos cargos públicos.

Para Platão, “os governos variam de acordo com a variação do caráter dos homens; ...o Estado é o que é, porque os cidadãos são o que são. Por conseguinte, não esperamos ter melhores estados, enquanto não tivermos melhores homens; até lá, todas as mudanças deixarão as coisas essenciais na mesma”. Ele proclamou que governar é uma arte e uma ciência e que só um rei filosofo está apto para dirigir uma nação: “Enquanto os filósofos não forem reis ou reis e príncipes deste mundo não tiverem filosofia, de modo que a sabedoria e a aptidão para governar se encontrem reunidas no mesmo homem... não terminarão os males da cidade, nem da raça humana”.

Francis Bacon, na sua obra, “Nova Atlântida”, apresenta a Casa de Salomão que é dirigida pelos sábios iniciados e por isso o povo é governado na paz. A Casa de Salomão realizou elevada reforma cultural, social e política. Os habitantes da Nova Atlântida atingiram à perfeita ciência, à perfeita ordem social e à regeneração espiritual.

O Rei Salomão, considerado o Grão-Mestre Tradicional da Maçonaria, é associado ao arquétipo da Sabedoria. Aliás, sabedoria e justiça estão relacionadas a esse rei filósofo.

Essa visão profunda pode muito bem ser estendida ao âmbito do Império Maçônico como um convite à adequada preparação dos nossos membros, a fim de se qualificarem adequadamente para exercerem com sabedoria, justiça, equidade e serenidade o governo da Ordem.

Por tudo que a Ordem Maçônica representa, um dirigente maçônico deveria ser um reflexo das grandes virtudes, jamais poderia ser instrumento de discórdia nem servir às forças das trevas; se assim proceder por ignorância, fraqueza de caráter ou maldade estará atraindo para si graves condições cármicas.


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