Atualização da Celebração dos Mistérios Maçônicos

 

Dentre as diversas formas de transmissão de conceitos e estruturas de pensamentos (cosmovisão), destaquemos duas mais tradicionais: Forma Discursiva e a Teatral. A partir do iluminismo a forma discursiva foi se tornando a dominante, em especial com o advento da impressão de livros. Antes a forma dominante era a celebração de mistérios. Tanto na forma popular, quanto na forma erudita do teatro. A exemplo da celebração religiosa. Em especial no cristianismo.

No Brasil a missa católica exemplifica o ensino mediante a celebração dos Mistérios Cristãos. Enquanto o culto evangélico exemplifica a Forma Discursiva do ensino.

A Ordem Maçônica se proclama herdeira dos mistérios anteriores a era cristã (AC). Portanto, seria sua doutrina moral ensinada pela celebração dos mistérios maçônicos. Ensinada apenas para cidadãos eleitos mediante um processo rigoroso de sindicâncias e votação, em loja, das indicações devidamente instruídas.

Talvez a celebração dos mistérios, como forma de iniciação à doutrina moral maçônica, tenha sido assim em um passado muito remoto. Pois atualmente não é praticada na forma pura no Grande Oriente da Paraíba. Mas há uma mistura das duas formas de ensino, tendo a discursiva ocupado a maior parte do tempo das sessões magnas.  

Por questões de natureza “prática”, cada vez mais a parte teatral vem sendo substituída por discursos. Além disso os manuais são escritos em uma linguagem usada pelos antigos eruditos; logo não de fácil e imediata assimilação. E como se fosse pouco, algumas palavras são gravadas de forma simplificas (com ausência de algumas letras). Resultado: leituras arrastadas, quebradas e sem a exata observação das pontuações. Acrescente o fato que a maioria dos mestres maçons (aqueles que fazem uso da palavra na sessão) não são especialistas em oratória.

Aqui não se trata de ignorância do conhecimento específico e nem de descaso dos irmãos que participam da cerimônia iniciática, mas das condições de trabalho e da pequena frequência de sessão magna especifica (aprendiz, companheiro, mestre).

Qual o resultado?

A exaustão dos participantes ativos e muito mais desconforto nos que apenas assistem. Logo, baixa efetividade do processo iniciático, gerando muito mais perplexidade do que luz. 

O que propomos?

i)           Revisão radical nos rituais iniciáticos;

ii)          Atualização da linguagem, sem que com isso signifique concessões ao populismo.

iii)        Sintetizar longos discursos ao essencial;

iv)        Valorização da parte teatral de modo que possamos de fato estar celebrando os Mistérios;

v)         Maior atenção às instruções básicas do grau, de preferência ministradas pelo presidente da sessão;

vi)        Na sessão Magna no Grau de Aprendiz Maçom, esteja presente a Comissão de Iniciação constituída pelo Grão-Mestre.

Ao Vale de Campina Grande, 17 de agosto de 2022.

Triplos e Fraternos Abraços.

Josivan Campos Brasil – Mestre Instalado

Hiran de Melo – Mestre Instalado

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