O Mestre Indaga ao Aprendiz – XXIII
Qual parte de nós que
preferimos esconder?
Resposta
Amado Irmão,
Imagine
o compasso e a esquadra como uma bússola interior, guiando-nos em nossa jornada
pela vida. O compasso, com suas pernas abertas, simboliza a busca pela
perfeição e a harmonia, enquanto a esquadra representa a justiça e a ordem. Ao
trabalharmos com essas ferramentas simbólicas, estamos, na verdade, ativando
arquétipos universais que ressoam em nossa alma. O compasso nos conecta com o
arquétipo do criador, enquanto a esquadra nos lembra da importância da ética e
da moral.
A
viver a Maçonaria é como uma jornada para se tornar a melhor versão de si mesmo. Ao longo dos
graus, nos deparamos com símbolos e ensinamentos que nos convidam a explorar
diferentes facetas de nossa personalidade. É como se estivéssemos embarcando em
uma grande aventura, onde cada um de nós é o herói da própria história.
Assim
como nos mitos e lendas, na Maçonaria encontramos figuras como o herói, que
representa a coragem e a determinação, o sábio, que simboliza a sabedoria e o
conhecimento, e o mago, que representa a transformação e o poder interior. Cada
um desses arquétipos encontra eco em nossa própria jornada maçônica, nos
desafiando a desenvolver diferentes aspectos de nossa personalidade.
Ao integrar nossa sombra
Já
parou para pensar que todos nós temos uma parte de nós que preferimos esconder?
É como aquela parte do iceberg que fica
submersa, a parte de nós que menos gostamos de reconhecer, como nossos
medos, invejas ou raivas. Essa parte de nós é o que Jung chama de sombra.
Na
Maçonaria, somos convidados a olhar para essa parte mais escura de nós mesmos e
a trazê-la à luz. Ao reconhecer e aceitar aqueles aspectos de nós que menos
gostamos, estamos dando um passo importante em direção à nossa própria
transformação. É como se estivéssemos completando um quebra-cabeça, reunindo
todas as peças que fazem de nós quem somos.
Ao
integrar nossa sombra, nos tornamos mais completos e autênticos, capazes de
construir relacionamentos mais profundos e significativos. Quando reconhecemos
e aceitamos nossas próprias imperfeições, somos mais capazes de ter empatia
pelos outros. Por exemplo, ao invés de julgar alguém por um erro, podemos
tentar entender as razões que o levaram a agir dessa forma.
Como
você pode aplicar esse conceito em sua vida maçônica? Quais são os desafios que
você enfrenta ao lidar com essa parte de si mesmo? Refletir sobre essas
questões pode ser um passo importante em sua jornada de autoconhecimento.
Considerações importantes
As
ideias do psicólogo Carl Jung nos ajudam a entender melhor a nossa jornada maçônica. Ao conectar a
Maçonaria com conceitos como o inconsciente coletivo, os arquétipos e a busca por se tornar a melhor versão de si
mesmo, podemos dar um significado mais profundo aos nossos símbolos e
rituais.
Por
exemplo, quando vemos o compasso e a esquadra, podemos entender que eles
representam mais do que apenas ferramentas de um construtor. Eles são símbolos que nos conectam com um
conhecimento mais antigo, um conhecimento
que está presente em todas as culturas. Ao refletir sobre esses símbolos,
podemos descobrir novas camadas de significado e aprofundar nossa compreensão
de nós mesmos.
Ao
estudar a psicologia de Jung, percebemos que a Maçonaria não é apenas uma organização, mas um caminho de autodescoberta. É uma jornada para explorar as partes
mais profundas de nossa mente e encontrar nosso verdadeiro eu.
Conclusão
Ao
final dessa jornada, retornamos à
nossa vida cotidiana, mas não somos mais
os mesmos. Trazemos conosco novos conhecimentos e uma perspectiva mais
ampla sobre nós mesmos e o mundo. É como se tivéssemos descoberto um tesouro escondido dentro de nós, um tesouro que podemos compartilhar com os outros.
Poeta Hiran de Melo
- Mestre Instalado, Cavaleiro Rosa Cruz, Cavaleiro Noaquita - oráculo de
Melquisedec, e Sublime
Príncipe do Real Segredo, Grau 32 do Rito Escocês Antigo e Aceito. Campina
Grande, 14 dezembros de 2024 da Revelação do Cristo.
Para
compreender mais facilmente a resposta, recomendamos a leitura do resumo do
artigo. Entretanto, para uma compreensão profunda, é recomendável ler o próprio
artigo por inteiro. (*).
Resumo do artigo “O
Retorno à Vida Cotidiana”
A
jornada maçônica, repleta de simbolismos e ensinamentos profundos, prepara o
iniciado para uma transformação interior e para atuar como agente de mudança na
sociedade. Este artigo explora a importância da integração dos conhecimentos
adquiridos na Maçonaria à vida cotidiana. Ao retornar ao mundo, o maçom deve
aplicar os princípios aprendidos em todas as suas interações, buscando a
construção de um mundo mais justo e fraterno. A relação entre mestre e aprendiz
é destacada como fundamental nesse processo, assim como a importância da
humildade e do serviço. A parábola do mestre e discípulo é utilizada para
ilustrar a necessidade de transcender a busca por poderes miraculosos e focar
na prática cotidiana dos ensinamentos. A integração à vida cotidiana não é
apenas um retorno, mas uma transformação, onde o maçom se torna um canal para a
manifestação da luz e da verdade no mundo.
(*)
https://mestreinstalado.blogspot.com/2022/03/a-iniciacao-nos-misterios-o-retorno.html

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